- Em 1989, comemorava-se o centenário do nascimento da República no Brasil, e o povo voltava a escolher pelo voto direto o seu presidente. Nessas circunstâncias, a TV Globo lançou a minissérie República, que buscou mostrar de forma linear e com preocupação quase didática a conspiração tramada nos bastidores do poder imperial para a proclamação da República, iniciada quando militares rebelados aliaram-se a políticos da oposição e, em 15 de novembro de 1889, acabaram por depor D. Pedro II, pondo fim à monarquia no Brasil.
- As causas preponderantes no processo de proclamação da República são retratadas na minissérie, desde a abolição – com a qual o imperador perde sua mais sólida base de apoio – até o centralismo econômico e administrativo do governo imperial – que resulta numa reivindicação republicana na região Centro-Oeste do país –, culminando com a rebelião militar que envolve federalistas, senhores de escravos e republicanos.
- A minissérie ressalta a falta de participação e envolvimento popular no episódio. A população assistiu indiferente aos acontecimentos políticos. Entre os personagens que representam o povo, destacam-se Patápio dos Prazeres (Grande Otelo) – um negro velho, bondoso e já aposentado, que só pensa em deixar para o filho um emprego público que lhe garanta a sobrevivência – e Lucas Tavares (Luiz Antonio Pilar), negro alforriado e pacifista. A monarquia é representada por D. Pedro II (Carlos Kroeber), pela princesa Isabel (Tereza Rachel) e o Conde D’Eu (Odilon Wagner). Entre os militares estão o marechal Deodoro da Fonseca (Castro Gonzaga), apresentado como massa de manobra para os interesses republicanos, Benjamin Constant (Mauro Mendonça), o general Floriano Peixoto (Cláudio Cavalcanti) e o capitão Mallet (Telmo de Avelar). A burguesia é representada pelo Dr. Alberto Gusmão (Otávio Augusto), médico do general Deodoro da Fonseca, sua esposa Margarida (Nívea Maria) e a filha D