No cenário histórico do Século XVI, no período de expansão dos impérios português e espanhol, sentimentos tão díspares como a coragem intrépida,
a religiosidade profunda e a ambição desmedida conviviam lado a lado nas naus que cruzavam os oceanos e nas terras entretanto descobertas e conquistadas.
Na série As Misteriosas Cidades de Ouro, os sentimentos mais nobres, como o apego às raízes e à família, a amizade, a coragem e o respeito mútuo estão
presentes nos personagens que representam o Bem: Esteban, Zia e Tao.
De facto as três crianças simbolizam a supremacia destes valores sobre a ganância, a traição e a maldade,
que têm nos personagens Gomez, Marinché e Dr. Laguerra os principais mentores do Mal.
A amizade desinteressada, o não recurso à violência e o espírito de entreajuda caracterizam portanto os nossos três pequenos heróis,
que surgem como exemplos a admirar e a seguir pelos mais novos.
O argumento de As Misteriosas Cidades de Ouro transporta-nos aos mundos da lenda do El Dorado, de que há registos a partir do Século XVI
e que falava de um rei índio que se cobria de ouro para depois mergulhar num lago dos Andes.
Este homem dourado ter-se-á transformado mais tarde, segundo o imaginário da época, numa magnífica cidade de ouro e assim,
a lenda do El Dorado alimentou a ambição e o sonho de muitos marinheiros e exploradores espanhóis, que acreditavam poder vir a descobrir a Cidade de Ouro
que lhes traria a fortuna em pontos tão diversos como Colômbia, Venezuela, Guiana, Bolívia, Peru e Argentina.
Outras lendas de origem inca, ligadas à adoração do sol, e que falavam de templos cobertos de ouro estarão possivelmente na origem deste mito e de outros,
como os de Paititi e Candire, que inspirariam por fim esta histórica série de animação, em que Esteban, Zia e Tao são os detentores das três chaves da
primeira das sete misteriosas Cidades de Ouro e que, para as descobrirem e salvarem o planeta, vive