Numa feira do sertão baiano, Eleutério (Reginaldo Faria) cismou em comprar uma estranha relíquia: um diabinho postado dentro de uma garrafa, que manteve escondido, não obstante os protestos - das empregadas, dos colonos e de Nena, sua mulher. Quando, porém, sua esposa faleceu depois do parto do filho do casal, não demorou para o povo culpar o tal diabinho pelo ocorrido. E, pior que isso, atribuir a ele a paternidade do recém-nascido. O tempo passou, o menino cresceu, e a história se perpetuou. O belo e inquieto José Eleutério (Eriberto Leão), conhecido como Zeca, ganhou e fez jus à fama que trazia desde o berço. Onde quer que chegasse, era tido como o "filho do diabo". Corajoso, criado solto por essas estradas, Zeca foi colecionando histórias ao longo de suas caminhadas, alimentando a crendice do povo e fazendo a história do diabo virar lenda. Com espírito aventureiro, enquanto seguia com sua comitiva pelas estradas, desafiava a morte montando touros bravos, domando burros xucros. Por onde quer que passasse, deixava marcada sua história e os corações das mocinhas a suspirar.
Zeca foi para o Rio de Janeiro e lá ficou, por oito anos, estudando. Voltou à fazenda do pai, nas cercanias da cidade de Paraíso, formado em Direito e em Agronomia. E ganhou o codinome de "peão dotô". Pouco interessado nos títulos, o que ele queria mesmo era seguir pelas estradas montado em seu cavalo. Com os diplomas pendurados na parede, partiu em comitiva, sem imaginar a surpresa que o aguardava, arrebatando seu coração para sempre. Na volta para casa, Zeca e o amigo Terêncio (Alexandre Nero) corriam em suas montarias pela estrada de chão que levava à fazenda de Eleutério (Reginaldo Faria). Na direção contrária, a charrete da santinha. E o encontro. O cavalo do peão doutor empinando. O cavalo da charrete também. Os olhares cruzando. O seu, com o olhar da doce Maria Rita. Bastou isso para que nascesse ali uma linda e conturbada história de amor.
Ao contrário de Zeca, criado solto no mundo, Maria Rita (Nathalia Dill) passou parte de sua vida num colégio de freiras. Por isso, nunca teve muitas histórias para contar, exceto a que lhe acompanha desde menina: a de que é santa. A mãe beata, Mariana (Cássia Kis Magro), a criou na igreja assistindo a missas e ouvindo rezas. Não bastasse isso, prometeu que a filha viraria freira e passou a vida alimentando versões sobre sua santidade. O pai, o fazendeiro Antero (Mauro Mendonça), nunca teve forças para lutar contra as histórias inventadas pela mulher. No dia da ordenação da filha, Antero comemorou quando a madre superiora confirmou o que ele já sabia: Maria Rita não tinha vocação para o celibato. Mariana se desesperou, chorou copiosamente e se revoltou com a escolha da jovem, que finalmente voltou para casa. Na verdade, isso era coisa do destino. Maria Rita só entendeu isso quando seus olhos se cruzaram com os do filho do diabo.
Essa é a incrível história de amor de Zé Eleutério e Maria Rita. Ele, o "filho do diabo", e ela, a "santinha", numa pequena cidade chamada Paraíso. Amor que se torna mais acirrado quando Santinha, rezando reclusa em seu quarto, consegue o "milagre" de salvar Zé Eleutério, que estava aleijado por ter sofrido uma queda num concurso de peões de boiadeiros. Ela, em pagamento pela graça recebida, vai para o convento - realizando o grande sonho de sua mãe. Ele, apaixonado e grato, rapta a futura freirinha.