1996. A história começa na noite de passagem de ano quando duas irmãs, Júlia e Raquel, à data com 18 e 24 anos, saem com um grupo de amigos para comemorar a entrada no novo ano. Júlia acaba por confidenciar que está grávida. Ao regressarem a casa de carro, Raquel atropela um homem. Numa reação de pânico, foge do local, contra a vontade de Júlia, que insiste que têm de voltar para prestar auxílio, mas Raquel recusa fazê-lo porque esteve a beber. Durante esta discussão surge a polícia e Júlia acaba por assumir que era ela quem conduzia o carro quando atropelaram o homem. Mas o que Júlia não esperava é que a vítima acabasse por morrer no hospital, o que transforma o caso em homicídio e fuga. A coincidência do homem ser credor do pai de Júlia e Raquel agrava as suspeitas de crime premeditado, levando a que Júlia seja condenada a uma pena de prisão de 18 anos por homicídio qualificado.
Poucos meses depois de ser presa, Júlia dá à luz uma rapariga, Mariana, que entrega à sua irmã para que esta a eduque até que saia da prisão, pedindo-lhe ainda que nunca conte à menina que a mãe está presa, mas sim que está em viagem pelo mundo. Nos primeiros meses, Raquel ainda visita a irmã todas as semanas, mas depois de casar com Zé Maria e de lhe ser diagnosticado um mioma no útero, que a obriga a uma histerectomia, vai-se afeiçoar a Mariana. A juntar a tudo isto, a própria vontade de Júlia em não querer que a filha cresça a vê-la na prisão, leva Raquel a desligar-se por completo de Júlia, abandonando-a à sua sorte.
Júlia acaba por sair em liberdade condicional ao fim de cumpridos 16 anos de prisão e o inevitável confronto com a irmã acontece, com Raquel conseguindo manter Júlia afastada de Mariana. É nesta fase conturbada da sua vida que Júlia conhece Duarte, um diplomata desiludido acabado de chegar de Bruxelas.
Para Júlia, a vida passa a ter um só objetivo: aproximar-se da filha, criando condições para lhe conta